Situados em uma área de quase 40 km, os 724 mil moradores do Jardim São Luiz, na zona sudoeste de São Paulo, sofriam constantemente com intermitência de água. Outro problema, muitas vezes invisível, eram as perdas de água. Problemas típicos de uma extensa região, muitas vezes tomada por ocupações irregulares que impedem uma ação rápida do poder público para a regularização do abastecimento.

A solução para esses dois problemas foi apostar em um novo modelo contratual, denominado “contrato de performance”. Tendência em países europeus, esse modelo transfere para o parceiro privado os custos com investimentos e a responsabilidade pela construção de toda infraestrutura.

A contratada instala as redes, ligações, caixas de medição e hidrômetros em todo o bairro, mas só recebe da Sabesp quando os moradores se conectam – passando então a evitar a perda de água tratada. Quanto maior o número de domicílios ligados, mais alto é o volume de água recuperado e, portanto, o pagamento pelo serviço prestado.

No caso do Jardim São Luiz, foi feita varredura em 100% das redes de distribuição e o reparo em todos os vazamentos detectados. O controle de pressão ocorreu com a instalação de novos equipamentos, instalação de reservatório metálico, estação elevatória e adutoras. Nas áreas irregulares, a empresa realizou atividades socioeducativas e regularizou ligações clandestinas. Com essas intervenções, a meta de uma economia de 680 milhões de litros de água por mês foi superada em 44%. Isso significa que 985 milhões de litros de água deixaram de ser perdidos todos os meses.

Os contratos de performance já evitaram o desperdício de 1.100 litros de água por segundo. Esse volume equivale a quase a produção do sistema Alto Cotia e é capaz de abastecer mais de 350 mil pessoas. Esse modelo foi adaptado para acelerar a conexão de imóveis em áreas informais na capital e Grande São Paulo. Até 2018, estima-se que deixem de ser perdidos até 3,3 bilhões de litros de água a cada mês com a regularização de 160 mil imóveis. Segundo estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil, os vazamentos existentes nas áreas informais provocam diminuição na pressão da água na rede oficial, fazendo com que moradores de bairros vizinhos possam até ficar sem abastecimento. O levantamento, chamado “Saneamento Básico em Áreas Irregulares no Estado de São Paulo”, mostra que 14,9% da população da capital paulista vive nessas moradias.

Fonte: SABESP